quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Asssim tirado do nada se fez a palavra...

Se me esvaio de emoções e ideias e não as coloco logo na papel, o cérebro não se esvazia e me contorço de tanta ebulição de pensamentos aleatórios e divergentes. Me jogo sobre essa folha, meio tosca virtual que é o blog e discorro sobre a vida vazia e sem sentido. Coloco meus sentimentos aqui e transformo a folha virtual em um arco-íris de letras, palavras juntas que produzem um belo sentido pra mim que vejo essa junção de ideias. Me digo e me pergunto: Faz sentido. Faz sentido? Eu digo que não, o que na vida faz sentido?Só um tolo acredita que todas as coisas fazem um sentido ecumênico vindo de um Deus onipotente que a tudo vigia e a todos. Somos feitos de poeira do cosmo, e no entanto nossos pensamentos fluem sem que possamos vê-los ou cheirá-los ou tocá-los. O que é real então? A miséria da vida, do miserável jogado na esquina, do triste menino vazio de sonhos, de ternos carinhos? Onde se encontra a vida e onde se acaba, é na morte? Produzo coisas o tempo todo, sou um robô de mim mesma, criação de algo aleatório e provisório ou algo planejado e determinado? Todas as coisas que dou boas-vindas se esgueiram de mim, e se tornam poesia ou prosa em alguma momento da história. Tristeza me encanta, se torna pranto, com o meu espanto que é viver essa vida mais ou menos todo dia de vida. Torno tudo mais claro e me apago na estrada da vida. Vivo rindo, chorando pelos cantos, em prantos, sou assim, meio eu, meio todos, meio nada, meio tudo, vivo a cada segundo. Transformo a minha pobreza, na riqueza de letras, escrevo um texto sem sentido, pra ti, eu entendo. Entendo um pouco de tudo, e nada do mundo, das pessoas que nele vivem, entendo ainda menos. Um abraço assim me traz de volta outra recordação de um dia de sol que nunca vivi, mas que tornei verdadeira através de um texto que criei da profusão de palavras que habitam essa mente. Se encerro esse texto, não prometo que ao final farei sentido pra ti, talvez até pra mim, mas o que importa é que o teclado trouxe forma a todas essas ideias que aqui estavam comigo enquanto no trabalho eu monoteava e sentia frio.

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